LIBRETO - parte III


Musical
"A Sacerdotisa 
na torre em esplendor"

Ato I  -  A Torre do Alquimista
Cena III  -  No império dos sentidos






Há um tempo ...
um tempo velho ...
muito velho ...
parado na correnteza de um rio sem água, a abraçar todos os seres, corre somente em nossos sentidos para o sentido da conduta, dos feitos, dos fazeres.

E a Sacerdotisa, sobre flores e perfumes, o observa ...






... Há um outro tempo ...
... um tempo novo ...
... muito novo ...
... recém percebido ...
... pouco entendido ..., além dos sentidos comuns ...,
... é paralelo ...
... existe ...
... é consciente ...
... consistente
... e está sob o domínio da vontade ...

... E a Sacerdotisa o observa ...





... Para cada tempo novo
há um ser humano
recém descoberto ...
... Para cada ser humano
há um tempo novo
por descobrir ...
... a cada instante ...
... de todos os momentos ...
Descobrir e ser descoberto em
seu próprio tempo e tê-lo como
propriedade e posse.

Entre flores e perfumes a Sacerdotisa o observa...





Porém, no mundo das coisas e coisas e mais coisas e muitas coisas e tantas coisas, o tempo impera, comanda, impõe, como algoz, a plataforma de congelamento dos pensares humanos ...

... Por entre flores e perfumes a Sacerdotisa o observa ...





... pois no mundo das coisas
o tempo é ditado para pensamentos 
manipulados nos pensantes ...
... a pensar ...
... o que por eles está pensado e estabelecido.
... tempo velho ...
... muito velho ...
... tempo ditado ...

E as paixões humanas sob domínio do ditador.

... E a Sacerdotisa o observa ...





... E o ditador do tempo e feroz investidor em suas próprias fraquezas humanas ..., se mantém como o grande Alquimista da Torre sob tutela de sua própria ditadura.

... E na outra polaridade, a Divina musa da criação, sobre propriedade e posse do domínio do tempo e fraquezas humanas, descortina o véu da linha tênue para outras dimensões do pensar ...

... Eis o que antiquíssimos pergaminhos de conhecimentos e pensares denominavam:

O  Vórtex  do  Tempo; ..
A  Divina  Ponte; ...
A  Ponte  das  Polaridades  do  Conhecimento: ...

A  Ponte  da  Alquimia  Quântica.





... Flores ...
... muitas flores
... mais flores ...
... perfumes ...
... inebriantes perfumes ...
... multiplicam-se por todo o império dos sentidos na beleza absoluta de cores, luzes e música ...
... e do panteão da consciência, o balé das Alquimistas anuncia:

-  A  Sacerdotisa iniciará o balé da inteligência da expressão do raciocínio livre; ...
... a dança para absoluta libertação e descongelamento dos pensares formulados; ...
... a dança para inspirar o ditador e mandatário da fonte alimentadora de pensares já pensados, atravessar a tal ponte do conhecimento.
... A dança do pensar pensares genuínos da expressão da inteligência do raciocínio livre ...

... Eis a beleza infinita do feminino sagrado no altivo cristalino do suave ...
... Eis a musa a emanar luminoso glamour nos movimentos curvilíneos de Sereia estelar ...

 ... E sua face resplandece ...

... E resplandece sobre blumas de saberes e pensares no sublime da criação para a grande dança, a dança da travessia da ponte do conhecimento para o Alquimista da torre superar os desafios do vórtex do tempo e cruzar tal ponte.
Tanto no panteão da consciência como no frontal do grande portal da torre, todos, absolutamente todos em silêncio. 

Começará a grande dança.

As Alquimistas se iluminam.

A Sacerdotisa se posiciona e se posiciona em esplendor ...

... E o império dos sentidos estremece.





... Nuvens de chumbo ...
... cantares rastejantes ...
... nuvens pesadas ...
... muitas nuvens ...
... muito pesadas ...
... cruzam a fronteira e avançam pelas sertanias do grande Império dos Sentidos para impor sombras sobre a coreografia ...

... A coreografia da grande dança ...

... Trovões distantes anunciam o poder da marcação e os Tambores Imperiais o do ritmo ...

... O ritmo da grande dança ...

... As iluminadas Alquimistas no panteão da consciência, com as vestes ainda de expressões fúnebres e a trapos, se entregam a cantares expressados pela Sacerdotisa ...

... Cantares da grande dança ...

Ventos e mais ventos ...
Vendavais lançados por pensares do Senhor da Torre. Cantares dos desejos e paixões cristalizados e ressoados em melodia ...

... Melodia da grande dança ...

Os vendavais chegam fortes ...
... muito fortes ...

... A tempestade se aproxima ...





... E os primeiros acordes da sinfônica da grande dança lançam a Sacerdotisa, em passos de virtuoso balé, para uma aquarela titânica de forças na tônica dos trovões trazidos pelas nuvens tempestuosas.

A tempestade chegou ...





A musa da criação é atacada, vigorosamente, por vendavais cultivados em imensas fazendas no Império dos Sentidos cujas safras mais volumosas são:
Eu sou. Eu sou. Eu sou.
Eu tenho. Eu tenho. Eu tenho.
Mando. Ordeno.

Tais energias geram poderosos relâmpagos bravios a contornear e atacar a musa da Criação, numa tentativa de barrar a grande dança.

... Porém, a Sacerdotisa das Alquimistas, entrega-se dramaticamente à interpretação magistral do propósito: a infinita e flutuante beleza da dança da inteligência da expressão do raciocínio livre e emergir o senhor da Torre do mundo das coisas e coisas e muitas coisas e mais coisas e tantas coisas ...




... e expressar cantares para fazê-lo entender o direcionamento da ponte do conhecimento, com sentido contrário ao do ser para o seu exterior, para o seu mundo de coisas. Mas sim, em perfeito sentido para o interior do ser, rumo ao infinito e suas buscas sagradas mais preciosas.





Os entes humanos, já habitaram o outro lado da ponte com todas as sabedorias lá existentes e pertenciam-lhes. Mas foram lançados deste lado, no mundo das coisas e coisas, sem seus antigos conhecimentos, ocultados na dança de seu próprio DNA, uma dupla hélice de gigantescos segredos.




... E a Sacerdotisa dança ...
... e dança cantares da Fé Divina 

onde as buscas se realizam.




... e maravilhosamente dança ...
em total entrega ao dramático
do esplendor.
Raios e relâmpagos, ainda a envolvê-la, despejam
todas suas forças nos tambores imperiais ...







Venha sonhar no Teatro dos Sentidos!
Ato I - Cena I:
Ato I - Cena II:
Ato I  -  Cena III:
http://terceirusmilenio.blogspot.com.br/2015/06/ato-i-cena-iii-no-imperio-dos-sentidos.html (parte II)

Ensaios Fotográficos:
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