LIBRETO - parte VII


Musical  
A Sacerdotisa na torre em esplendor

Ato I  -  A Torre do Alquimista
Cena III  -  No império dos sentidos






... Olhar ...
... olhares ... Visão ...
... Enxergar ...

Há um olhar ...   Diferente ...
Um outro olhar, de íris, muito, muito rara.
Com alcance da visão para diferentes dimensões e realidades ...

... De íris, muito, muito rara ...

Enxerga as possibilidades do Ser, visto em sua plenitude, muito além do corpo e dos sentidos por onde o Ser se percebe e se vê ...

... Com íris, muito, muito rara ...

... o feminino sagrado, Divinizado para inspiração, observa os céus, de horizonte a horizonte, o esplendor da tempestade suspensa sob seu comando. Distancia-se, lentamente, do corpo de dança das Alquimistas em posição ...

Eis a Sereia estelar ...





... a caminhar para sua maior expressão: o balé do raciocínio livre para o Divino e suas possibilidades infinitas para o conhecimento ...
... e caminha ...
... lentamente, caminha ...
... delicada,...  cuidadosa ..., música esplêndida em sapatilhas de ponta e asa, nos passos da elegância sábia de uma Sereia estelar ... Enquanto observa aquela figura lendária do Alquimista da Torre, no jogo de luzes dos céus, a dançar, apaixonadamente, com botas de couraça e ego ...

... apaixonadamente, no coração de couraça ...

... apaixonadamente, ego ...

... eis seu vôo e manobra ...,
... para o pouso com autoridade ...
... no centro da tempestade suspensa ...

... e pousa ...

... A postura, imperial é impressionante ...

... A cena épica do grande guerreiro ...

... E a Sacerdotisa, caminha e o observa ...






... Inspirada, caminha ...
... com genuína essência primordial da expressão da inteligência do raciocínio livre, caminha ...,
... para ...
... A Sacerdotisa está em posição ...

... em posição para a dança das celestes imperiais ...

Os céus e a tempestade, voltam com seus movimentos titânicos ...

... voltam com seus cantares ... Cantares a cruzarem os céus numa aquarela de cores a anunciar para a amplidão: 

ela vai dançar ...




... Nos frontais do portal do Panteão da Consciência, a planície ...

... A imensa planície, em retalhos, pelas centúrias de Aldeões, está imersa num lençol de poeira causada pela movimentação das bigas e os sons dos tambores durante os dançares do Alquimista.





Dançares em frequências de vibrações graves ...

... muito graves ...

... tais frequências causaram rachaduras nas bigas a transportá-los ...

... as vigorosas cordas trançadas e retrançadas, a translaçarem os grandes tambores, estão rompidas em estilhaços de sisais ...
... o solo da planície, fustigado pela movimentação das centúrias de aldeões e suas bigas, veste-se de uma grinalda de poeira, num lento balé a dobrar-se e redobrar-se no movimento dos ventos da extensa planície ...

... muito extensa ...

... controlada pelo senhor da torre ...

... muito extensa ...

.... tanto quanto pode ser a construção do ego dos conhecimentos de seu construtor, derramados na grinalda da densa poeira ...

... muito densa ...

... a ofuscar a luz. 




Apesar, do sol esparramar-se sobre a planície com generosidade e fartura.

Os aldeões, à exaustão, rendem-se de joelhos ao solo, em cantares onde as vozes suplicam surdas, pelos pensares do senhor da torre, a cobri-los.




... E finalizam, o último acorde de seus cantares, nos pulsares em repouso da exaustão ...

... E silenciam-se ...

... Ainda, pode-se ouvir, entre as fileiras das bigas e seus tambores, as respirações ofegantes das centúrias de Aldeões, num quase uníssono com os ventos da planície.





... E silenciam-se.

Uma fina garoa cai. Num sereno suave, muito suave ...

Cristalina, abre desenhos no lençol de poeira e neutraliza os ventos quentes e secos da planície:
... ventos ...
... muitos ventos ...
... quentes ...
... muito secos.

Esses ventos intensificam cantares de dores do extenuar ..., abrem portas e janelas em corações, mentes e raciocínios, a incentivar a criação de formas-pensamentos da desesperança e medo.

... formas-pensamento ...
... desesperança ...
... medo ...
Domínio ...

E o suave sereno, evolui pela planície num desafio valente na contra dança dos ventos ...

A fina garoa, afaga e toma conta, ao cair por toda a planície num bálsamo em perfume de vida ...

... perfume de vida ...

... ela dança ...





A grande planície do Senhor da Torre, está vestida com a finíssima garoa, uma névoa a cobri-la ...
... completamente tomada ...
... completamente vestida ...

... vestes artesanadas além do olhar ...
... pelos tecelões do Panteão da Consciência.
Possui em suas tramas intensa concentração força-energia, conduzem cintilações sobrepostas de saberes Divinos ...

... Poderosas vestes ...

... Vestes da reinvenção do ser ...

... Reinvenção do ser ...

... Ela dança ...





Há uma varanda ...
uma varanda ensolarada ...
muito ensolarada ...
com ampla visão para a grande planície ...

muito ampla ...
muita visão ...

... Ladeando a torre do Panteão da Consciência.

Os Mestres do Pensar, caminham para o avarandado e observam um longo traço de movimentos no horizonte, onde as ondas de cintilações da finíssima névoa, lenta, muito lentamente, avançam sobre a planície ...

Os tecelões, feitores das vestes sagradas, da varanda, assistem ao longe, distante e distante, as ondas de cintilações ...

E todos, em cantares uníssono, expressam:

Ela dança ...




... e o poder das ondas, de cintilações Divinas, da finíssima névoa, abraça a planície com vestes sagradas ...

Magníficas vestes ...

... Os tecelões observam ...

... E observam, orgulhosos, as vestes, as quais, artesanaram em finíssimo trato da arte mais evoluída das tramas e trançados para cantares evolutivos entre o Eu e o eu ...

... a vida ... e o deserto.





... Distante ...

... muito distante ...
... além da grande planície ...
... onde, e de onde, tudo se observa ...;
... tudo se vê, ... estão os segredos ...

Segredos, ...


secretas motivações ...
secretos propósitos ...

... Nos recônditos das cadeias montanhosas, nas sertanias da fronteira do Império dos Sentidos, por entre seus vales secretos, circundam formas-pensamentos inconfessáveis ...

... inconfessáveis ...

... e seus prazeres ...; 
... e prazeres ...; 
... indescritíveis ...

Os proprietários dessas formas-pensamentos, estão imersos em latifúndios de pensares diluídos no brilho da alegoria, do domínio dos pensares alheios e o controle das emoções humanas. Camuflam-se como mestres em elegâncias imperiais, num custo de vidas humanas ilimitadas para seus prazeres, riquezas, títulos e honrarias ... E as Egrégoras desses vales, montanhas e seus habitantes, na regência dessa orquestra de Dante, cantam e dançam em gritos delirantes a celebrar a exaltação à luxúria ...

... E a névoa cintilante, avança ...
... suavemente, avança ...
... e cintila em sapatilhas de ponta e asa,

... Ela dança ...

... maravilhosamente ...





... e não subestima o poder das energias envolvidas nesse sistema de forças ...

... ela bem sabe, da necessidade da presença das Alquimistas para sustentar as energias do corpo de dança, durante seu trajeto pelos vales secretos das fronteiras montanhosas do Império dos Sentidos.






... A mente deseja ...

... A mente se quer imperial
com os conhecimentos adquiridos
dos céus imperiais ...

Nos céus imperiais
o conhecimento se quer imperial
com o ser ... humano ...

... Imperial com o ser ... humano...

Nos céus dos universos ...
a Biblioteca Divina dos Cosmos
com todos os conhecimentos ...

... Absolutamente todos ...

se quer serva do ser ... humano ...

... Serva do ser ... humano ...

em genuíno desejo de servi-lo ...
desde o berço
de sua natividade ...

Distante ...
... distante e distante ...
... muito além ...
dos infinitos conhecimentos ...

... libertários ...

da Divina biblioteca ...
o Alquimista escolheu trilhar ...
... e desenvolver a mente imperial ...

... Império mental ...

Esse sistema ...
e jogo ... de poderes ...
e conhecimentos ... secretos ...
e ultra secretos ...
da Alquimia Quântica,
resultou num embate 
titânico ...

entre mestres ... e mestres ...


Nesses confrontos,
o Alquimista do velho castelo,
em botas de couraça e ego,
pisava os saberes de seus adversários
... e gargalhava ...

... e gargalhava

sobre as glórias de suas vitórias,
onde, se fez e se construiu
como o grande Alquimista,
o Senhor da Torre ...

... Poder e prazeres ...

Sua busca por prazeres,
todos os prazeres,
o fez construir
o império dos seus sentidos ...

... E tornou-se servo, maravilhado,
com esfuziante brilho das alegorias
de poder e prazer
das forças que o gerenciavam e o gerenciam.

Agora, sequestrado pelo seu ego,
permanece em pulsação suspensa
no centro dos céus
do Império dos Sentidos.

De onde, o corpo de dança das

Alquimistas

partirá ...
para os cantares de chamamento 
da Sacerdotisa,
a aguardá-las nas fronteiras

montanhosas do grande Império.






Em transposição de luz, o corpo de dança de Alquimistas, pousa, em primeira posição diante da Sereia Estelar ...

Urgência ... urgência ... Pois de pronto, abre-se o portal ...

... Todas transpassam ...

De pronto, fecha-se ...

Eis as faces Alquimistas de um corpo de dança, a vislumbrarem a amplidão do quartel general dos sentidos e sentidos, das criações mentais mais secretas, experiências asseguradas no cofre dos segredos e segredos do ser ...

... Resguardadas ...,
... Camufladas ...,
... à espreita ao longo do tempo de pronta tocaia, armadilha armada para agigantar medos e frustrações ...

Eis o quartel general das verdades ou mentiras absolutas das feituras do ser ...
Sem fronteiras ... Sem regras ... Sem moral ... Sem limites ... Sem honra ... Num imenso campo de atuação para as possibilidades do pensamento e feituras humanas ...

... Em sapatilhas de ponta e asa, flores e perfumes; a Sereia Estelar, num delicado passo a frente, em face altiva, observa ... e observa ... e todos os horizontes da cidade fortaleza, possuem assento cativo no flamejante fogaréu da Orquestra de Dante ...

... flamejante fogaréu ...,

... Assento cativo ...

... E a musa da Divina Inspiração, em pequenos cantares, determina às Alquimistas:

- Corações iluminados; ...!

-  Vamos atravessar a Ponte do Conhecimento ...! 

... E o Senhor da Torre em botas de couraça e ego, na soberba de seus conhecimentos, em postura imperial, observa impassível a invasão de seu castelo...







... E a Sacerdotisa em sapatilhas de ponta e asa,
flores e perfumes ...

ao som dos tambores imperiais
produzidos pelas centúrias de Aldeões,
com um pequeno e delicado gesto ...

convida ...

... convida o Alquimista do velho castelo
a atravessarem juntos a Ponte do Conhecimento ...






E o Alquimista da Torre inebriado pela graça, leveza e beleza da Sacerdotisa aceita seu convite.

Forças internas em seu Ser embatem com essa decisão,
mas ele...
O senhor de si...
... não pode mais resistir e sucumbe a essa energia poderosa.

O êxtase causado pela presença tão próxima da Sacerdotisa o deixa paralisado...
... inebriado ...
... tocado no mais profundo do seu Ser ...

...  em posse dessa força, deixa-se levar, sem questionar, sobre os acontecimentos futuros.




E tomado de lucidez e êxtase deixa-se conduzir pela Sacerdotisa na Ponte do Conhecimento ...

... de onde tudo se observa ...
... tudo se vê ...

Sente-se como caminhando entre flores e perfumes, mas assisti com certa desolação a caminhada da sua vida, transbordante de conhecimento, técnicas, fórmulas, tabelas, experiências, frustrações e genuíno desejo de transformar o mundo em algo melhor.

Percebe também com bastante nitidez onde se perdeu nessa trajetória, deixando-se contaminar pela soberba, pelo intelectualismo e sede de poder, pela riqueza e orgulho, combinação eficaz na transformação nesse Ser, cristalizado por suas próprias ideias, com a mente em vez de liberta, escrava, mente dominada pelas forças involutivas do planeta,

manipulando suas sensações, manipulando seus desejos, manipulando suas ações, transformando-o em marionete dos poderes controladores da sociedade.





Nesse momento ele pára.
Impossível continuar...
Sente-se fraco e sem energia para continuar a trilhar a Ponte do Conhecimento.
Impossível continuar...

Os Aldeões, diante da cena e sensíveis ao momento do senhor da torre, começam a tocar os tambores imperiais em movimentos suaves e precisos, causando ondas e ondas de um brilho cintilante envolvendo-o em uma aura energética, imediatamente, ele consegue dar mais alguns passos.

A Sacerdotisa em sapatilhas de ponta e asa, flores e perfumes toca o ombro do Alquimista da Torre e o convida a continuar sua trajetória, ele aceita e percebe não estar sozinho, na verdade, nunca esteve...

...ela sempre esteve lá,
a protegê-lo,
a inspirá-lo,
a guiar os seus passos...
Sente um estremecer em seu corpo e suas botas de couraça e ego começam a se desmanchar em fina poeira e se perde na imensidão do infinito.
Nunca imaginou poder caminhar descalço, livre do seu Ego, livre de suas próprias armadilhas, mas sente-se leve e confiante.
E continua...
E continua ao som dos tambores imperiais e na presença do corpo de dança da Sacerdotisa da Criação,
Esta a observá-lo em primeira posição e silêncio absoluto ...

E a Sacerdotisa o observa ...




Apenas os tambores soam ...

E o corpo de  dança das Alquimistas aguarda o chamado da Musa da Inspiração.
E ela em graça e beleza de Criação ordena:

 - Tragam as vestes!

As vestes sagradas do Senhor da Torre ...

As alquimistas, ao som dos Tambores imperiais, aumentado o ritmo e a intensidade de suas batidas, deslizam em graça e beleza sobre a Ponte do Conhecimento e executam o balé da perfeição, trazendo em seus dançares ...

... as vestes iluminadas do Senhor da Torre.






O Senhor da Torre cede, já não pode conter a emoção diante de tanta beleza e esplendor e se entrega ...

Não há perguntas ...
Não há temor ...
Não há indecisão ...
Não há resistência ...
Há apenas entrega ...

E as muralhas há tantos anos erguidas por suas condutas, pensamentos e sentimentos, simplesmente desmoronam.
Sente o pulsar de uma nova vida.
Uma vida onde ...
Calor e Conhecimento, jamais se separam.
Ciência e Espiritualidade, jamais se separam.
Alquimia e Amor, jamais se separam.
E entende a Unidade vivente em todas as coisas...

E o corpo de Dança de Alquimistas baila ...
Baila na leveza de assistir o Senhor da torre brilhando em suas vestes sagradas.

... E a Sacerdotisa o observa ...
... Observa maravilhada com lágrimas a escorrer por sua suave face iluminada.

E então, ele percebe ...
... Percebe o infinito ...
Percebe a eternidade pulsando dentro e fora de si ...

... E a luz se faz ...
... E ele brilha ...
... Brilha em esplendor ...

E a Sacerdotisa o observa ...

... Observa bailando em gratidão com o florescer da Luz naquele Ser a qual sempre Amou ...
... Amou por toda eternidade ...
... Amou infinitamente ...
... E Amará para sempre ...
... Na eternidade do infinito ...

... E a torre entra em esplendor ...









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